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Para lá do convívio: o teambuilding constrói equipas eficazes

A consolidação de novos métodos e estratégias de gestão de recursos humanos dentro das empresas tem permitido a ascendência daquilo que começam a ser, tendencialmente, os departamentos de felicidade e/ou bem-estar. O ónus da gestão de recursos humanos deixa de estar nas questões práticas e corriqueiras do dia-a-dia de uma empresa, e passa a focar nas pessoas que permitem a evolução e a sustentabilidade dessa empresa. Exemplo disso são os momentos anuais de teambuilding proporcionados pelas equipas de recursos humanos, muitas vezes em conjunto com administradores e diretores, e que têm vindo a tomar proporções mais macro no panorama nacional, envolvendo até trabalhadores de várias empresas entre si – como é o caso dos WellBeing Games.

Desde o envolvimento em atividades desportivas, passando por momentos de mindfulness e de partilha pessoal, o conceito de teambuilding permite desenvolver competências transversais valorizadas no mercado de trabalho enquanto se criam relações interpessoais mais profundas, que transbordam posteriormente para uma articulação laboral mais próxima e eficaz. Parece-me mais provável procurar um colega de trabalho na resolução de uma questão premente quando temos o à-vontade para saltar a conversa banal de circunstância do que ter de o fazer enquanto reescrevemos o mesmo e-mail 2 ou 3 vezes com medo da nossa emergência não ser bem percebida do outro lado.

Além da promoção de melhores competências de comunicação entre equipa e do sentido de pertença na organização, os dias de teambuilding contribuem também para a construção ou consolidação da identidade profissional individual, quer seja na reflexão de questões éticas e morais aplicadas ao contexto laboral – prefiro trabalhar sozinho porque me concentro melhor na tarefa em mãos ou trabalhar acompanhado por forma a ir ao encontro do tão aclamado espírito de equipa? –, ou na conceção do nosso papel enquanto trabalhadores no espetro da empresa e nas possibilidades de renovação de funções que nunca nos surgiram até aquele momento.

Enquanto Psicólogos, é-nos exigido um perfil profissional competitivo que vai muito além das competências técnicas aprendidas no percurso académico e profissional; existe um nível de especificidade próprio da profissão no estabelecimento da relação com o outro, na perceção do Mundo e adaptação às suas exigências e na entidade enquanto profissional de Psicologia como motor de mudança nas comunidades a que pertencem.

Estes momentos informais permitem explorar de forma leve as particularidades únicas de cada um, enquanto se encontra, no outro, fonte de compreensão e colaboração nessa reflexão individual. A trajetória de carreira define-se também aqui, nos momentos de partilha de histórias mirabolantes por parte do diretor da empresa e em risadas entre equipa enquanto cantas os parabéns aos colegas que festejaram o aniversário nesse mês.