PsiCarreiras

logo-psicarreiras
Blog

Inteligência Emocional: A importância no local de trabalho

De acordo com a Psicologia, a inteligência emocional é a capacidade de compreendermos e gerirmos as nossas próprias emoções e também de aprendermos a lidar com as emoções e sentimentos dos outros, com o objectivo de alcançar resultados positivos, não só na vida pessoal, como também na vida profissional.

Saber gerir as próprias emoções é importante para qualquer profissional em qualquer contexto laboral.

Sabendo o que realmente sentimos, é possível entendermos o significado de cada emoção e de que forma isso pode afectar o nosso desempenho profissional e também o dos outros. Para além disso, o desenvolvimento da inteligência emocional facilita a percepção acerca do comportamento do outro. Desenvolver a inteligência emocional no trabalho permite que um profissional tenha a oportunidade de conquistar o sucesso com mais facilidade e consistência, o que se aplica também a quem deseja desenvolver uma boa liderança na organização na qual está integrado.

Um profissional que tem clareza sobre as suas emoções bem como resiliência, que sabe gerir imprevistos e lidar com mudanças repentinas no seu dia a dia de trabalho, no momento de avaliar uma situação, acaba por ter muito mais hipóteses de alcançar o sucesso, do que aquele que vive em stress e resolve os conflitos com impulsividade.

Ter controlo sobre o fluxo das suas emoções e a capacidade de auto-controlar os seus impulsos, é uma qualidade essencial para se ser bem-sucedido e ter um bom relacionamento interpessoal em equipa, tornando o ambiente profissional propício ao desenvolvimento do trabalho de uma forma bem mais equilibrada.

Actualmente a inteligência emocional acaba por ser uma condição essencial para o planeamento de actividades numa equipa, uma vez que é a partir dela que é possível aos profissionais trabalharem cada vez melhor, compreenderem-se a si mesmos e ao próximo, desenvolvendo uma maior empatia, motivando-se mais no sentido de alcançar melhores resultados para a sua equipa.

É a partir disso que é necessário estimular o desenvolvimento de actividades para trabalhar a inteligência emocional e também para aumentar ainda mais a qualidade de vida no trabalho.

Então de que forma é possível desenvolvermos a inteligência emocional no trabalho?

Reconhecer os sentimentos é o primeiro passo para o desenvolvimento do autocontrolo emocional, principalmente no que diz respeito ao ambiente de trabalho. Uma vez que somos colocados diariamente frente a frente, em situações que por vezes nos podem levar ao limite emocional, é importante estarmos sempre atentos aos sentimentos que são despertados nos momentos de maior stress profissional.

É importante prestarmos mais atenção às nossas próprias emoções e aos comportamentos por elas gerados, quando, por exemplo, estivermos em conflito no nosso contexto de trabalho, desenvolvendo a consciência de que tais emoções existem e procurando analisar como esses comportamentos nos afectam e afectam também quem está à nossa volta.

Fazendo esta análise é possível compreendermos melhor que comportamentos e atitudes, decorrentes das nossas emoções, podem condicionar o nosso trabalho e, com isso, temos a oportunidade de lidar com elas e mantê-las sob controle nos momentos em que vierem à tona em situações futuras.

Compreender que cada um dos sentimentos e emoções que surgem nos momentos de crise, têm o seu valor e uma razão de existir. O que se faz a partir de cada um deles, fará toda a diferença entre um profissional de sucesso e um profissional emocionalmente frustrado.

Descobrir o poder da inteligência emocional no trabalho e aprender a lidar com as emoções, nada tem a ver com suprimir os sentimentos. Na verdade, o ideal é manter o equilíbrio destes, sabendo doseá-los da forma correcta, tornando-os proporcionais às circunstâncias que surgem no dia a dia profissional. Fazendo isso, é possível mais facilmente ultrapassarmos os problemas e conflitos decorrentes do trabalho.

Quando nos tornamos pessoas mais empáticas, conseguimos também estabelecer um nível mais elevado de comunicação, pois passamos a ver com os olhos dos outros. É, por isso, importante termos consciência do impacto que a nossa comunicação (por vezes menos assertiva) pode ter nos outros.

Para além disso, quando nos deixamos dominar por emoções mais negativas, não conseguimos também alcançar o nosso máximo potencial, no sentido de nos automotivarmos para atingirmos os objectivos a que nos propomos diariamente. A relação existente entre automotivação e inteligência emocional é, deste modo, bastante estreita. Quando temos uma educação emocional positiva, afastamos qualquer possibilidade de surgirem sentimentos que atrapalhem a nossa evolução enquanto profissionais, ou seja, abrimos espaço apenas para a motivação, que é o que nos vai ajudar a, não só atingir as nossas metas no trabalho, como também a potenciar mais a nossa inteligência emocional.

Em 1995, o psicólogo Daniel Goleman revolucionou e expandiu a forma como nós percebemos o que é a inteligência. No seu livro “Inteligência Emocional”, ele mostrou que o nível intelectual das pessoas não pode ser medido apenas pelo pensamento racional. Diferente do que diz o senso comum, o nosso cérebro não é puramente racional. Na verdade, essa vertente mais lógica corresponde somente a metade da estrutura que forma o pensamento. Segundo Goleman, temos duas mentes e, normalmente, ambas funcionam de forma harmoniosa. Porém, em algumas situações, há uma clara e expressa divergência entre ambas.

A expressão “fulano agiu sem pensar”, que muitas vezes se utiliza quando alguém foi um pouco “marreco” na sua conduta, incapaz de travar os seus impulsos e raciocinar sobre a melhor forma de agir numa determinada situação, exemplifica bem a forma como o nosso cérebro funciona.

Deste modo, compreender mais aprofundadamente as nuances que envolvem o nosso cérebro e que têm a ver com a maneira como dominamos ou não as nossas emoções, permite-nos entender a real necessidade de se desenvolver e estimular permanentemente a nossa inteligência emocional.