“Empreender não é ter uma empresa, é uma atitude.” — Liliana Dias
O mercado de trabalho ao longo do tempo tem sofrido inúmeras alterações e actualmente muito se tem falado nesta necessidade de sermos empreendedores. Sendo cada vez mais evidente, a importância de sermos capazes de empreender ao longo da nossa carreira, mesmo que estejamos integrados numa organização.
Apesar de muito se ouvir falar de empreendedorismo, creio que há muitas ideias pré-concebidas acerca deste conceito e por isso mesmo começo este artigo por o enquadrar utilizando a definição da Liliana Dias, no decorrer da WebTalk “Da Ideia à Acção: Dê vida ao seu projecto de Psicologia”. O empreendedorismo é a “competência de desenvolver e gerir ideias, mobilizar e gerir recursos não só referentes a iniciativas de criar e implementar novos negócios, mas também referentes a implementação de mudanças num serviço/produto/empresa já existente, com o objectivo de gerar algum tipo de valor, obter ganhos, acrescentar algo. Sendo assim necessário ter a disponibilidade de correr riscos, inovar, diferenciar-se dos outros e criar proposta de valor. É uma atitude!”.
Esta é de facto uma competência complexa que implica não só ter uma ideia que possa acrescentar valor, mas também ser capaz de movimentar os recursos que sejam necessários para implementar e fazer a gestão necessária, tendo sempre de lidar com a incerteza e ter a capacidade de encontrar soluções para os desafios que surgem.
Nesta mesma WebTalk, são ainda desmistificados alguns mitos acerca deste tema, existem na verdade várias ideias pré-concebidas sobre o empreendedorismo, que não passam de mitos. Por exemplo, a ideia de que empreender signifique necessariamente ter uma empresa, que para empreender seja necessário tornar-se empresário, ou que para empreender é necessário ter-se muito dinheiro.
Liliana Dias, destaca assim como competências-chave do empreendedorismo: a auto-confiança e a capacidade de assumir riscos, a iniciativa e a energia, o planeamento e a organização, a criatividade e a inovação, as relações interpessoais e a resistência à frustração.
E ao olhar para estas competências poderá ser relevante questionar quais são as que será necessário melhorar e, por outro lado, reflectir quais as competências que tem colocado em prática e que, nesse sentido, tem potenciado a sua atitude empreendedora. Ou seja, poderá já estar a empreender sem ter tido essa real noção. Tal como mencionado anteriormente, o empreendedorismo não é somente abrir uma empresa, são várias as formas de empreender que dão vida a diferentes tipos de empreendedorismo: o empreendedorismo individual, o empreendedorismo cooperativo, o empreendedorismo em franquia, o empreendedorismo social, o empreendedorismo digital e o empreender dentro da própria entidade empregador.
Sendo que um processo de empreendedorismo passa pelas seguintes fases: Identificar e avaliar oportunidades, Desenvolver um plano, Determinar e captar recursos e Gerir projecto. Estas não são fases estanques, é por isso necessário estar em constante avaliação e monitorização de modo a realizar os ajustes necessários. É de extrema importância cultivar a criatividade, ser curioso, estar atento às tendências e aprender com as experiências que vão surgindo.
Não há uma altura ideal, que seja possível sentir que já temos todos os conhecimentos necessários, as competências desenvolvidas e o plano “perfeito”. Por isso, e em jeito de provocação, questiono qual o projecto que não vai ser mais adiado?
Convido-vos a visualizarem a WebTalk Da Ideia à Acção: Dê vida ao seu projecto de Psicologia, conhecer o percurso da Liliana e explorar, com maior profundidade, alguns dos temas que abordei ao longo deste artigo.