Quantas vezes já tivemos uma ideia? E quantas vezes já a deixamos de lado? Ou quantas vezes pensamos que seria uma grande ideia, mas quando a desdobramos percebemos que afinal não tinha viabilidade?
Estas são questões que surgem também, associadas à nossa realidade diária. E por ser um tema recorrente na minha vida pego nele como exemplo, quantas vezes já idealizámos uma viagem fantástica, no entanto, não a realizamos porque nos faltaram recursos. Podemos pegar nesta ideia, e transportá-la para a nossa realidade profissional, não basta ter uma excelente ideia, é preciso analisar as várias vertentes – há conhecimento suficiente para a implementar? Há os recursos necessários? É possível estabelecer parcerias que possam apoiar nesta construção? O que será necessário para transformar esta ideia em algo real e sustentável?
É de facto necessário percorrer várias etapas para que haja viabilidade na implementação de um projecto. Para quem tenha interesse em explorar este tema, sugiro que assistam à webTalk “Potenciar o meu Negócio: Como Chegar a Diferentes Públicos?”, dinamizada por Teresa Rebelo Pinto. Na sua partilha identifica as seguintes estratégias/passos a ter em consideração para alavancar projectos de empreendedorismo:
1. Defina o público-alvo
Para ser possível chegar de forma eficaz a diferentes públicos, é necessário ter os objectivos claramente definidos. E estes objectivos não se definem pela quantidade, mas pela sua clareza e simplicidade.
Definidos os objectivos, segue-se a definição do público-alvo. Deverá ter em consideração, quais são os seus principais interesses; aliar os interesses às competências; seleccionar as parcerias que ajudem a intervir nessa área/população especifica; procurar os recursos necessários e responder a uma necessidade real. Estes são aspectos que irão facilitar a chegada de forma eficaz a um determinado público.
2. Conheça os destinatários
Se por um lado, a aprendizagem contínua é fundamental para o sucesso dos projectos em Psicologia. Por outro lado, é muito importante investir tempo em conhecer as pessoas ao redor, que estejam de alguma forma envolvidas ou a participar nos próprios projectos. É necessário aliar a parte formativa, à prática e compreender/adaptar ao que o terreno necessita, utilizando os conhecimentos que vêm da teoria.
3. Desenvolva uma atitude relacional e interactiva
Adoptar uma postura de comunicação mais relacional, é na óptica da Teresa um aspecto-chave para que a comunicação seja genericamente mais eficaz: empatia; escuta activa; preocupação com a parte não verbal mais do que com a comunicação verbal; ter atenção os timings; atitude honesta e de clareza; respeito pelos outros, questões éticas e de confidencialidade; questionar mais e interpretar menos, ou seja estar atento. Quanto se trata de adequar estes aspectos-chave a diferentes públicos, torna-se fundamental: conhecer bem público; adequar a linguagem; integrar o contexto sociocultural; ouvir e observar; adoptar uma abordagem interactiva e participativa; promover inclusão, sensibilidade e identificação.
De destacar que nem sempre o mesmo produto/serviço serve exactamente igual consoante o público, embora possa ser o mesmo, é necessário estar atento a possíveis ajustes que possam ser necessários.
4. Identifique necessidades reais
Para que seja possível a definição de necessidades reais, é importante que antes de mais se faça uma reflexão das seguintes questões: “O que quero fazer?”, “Que tipo de intervenção/serviços quero vender?”
E depois é fulcral ouvir o mercado, estudar as possibilidades de sucesso, pois a ideia pode ser muito boa mas nem sempre corresponde, ou não existem os recursos necessários ou não é o timing adequado. É fundamental procurar parcerias de forma estratégica para aplicar de forma mais eficaz os objectivos.
5. Estabeleça Parcerias
Para definir as parcerias pode começar-se pela resposta às seguintes questões: “Quem é que me acrescenta valor?”, “Quem trabalha de forma compatível com a minha?”. É importante que haja coerências e consistência e que as parcerias reflictam a identidade que se definiu para o projecto.
Ao nível das parcerias, a Teresa destaca por diversas vezes a importância do trabalho em equipa. O trabalho em equipa permite promover melhores resultados, melhor satisfação, uma atitude mais preventiva, a identificação precoce de questões que podem requerer intervenção e intervir a diferentes níveis. Além do retorno mais pessoal, pela possibilidade de se aprender muito quando se trabalha com outros.
6. Não perca a identidade
É ainda necessário definir qual é a identidade e que tudo o que se desenvolve reforce essa identidade, sendo esta uma construção contínua e por isso é necessário que haja uma reavaliação e ajuste constante.
É através desta identidade que é possível o reconhecimento por parte dos pares e dos que procuram o projecto, porque será único e diferenciador, e isso permite que se distinga no seu âmbito de intervenção.
Destaco, por fim, duas ideias desta WebTalk, a importância de não se baixar o rigor das intervenções, independentemente da credibilidade que o negócio ou projecto poderá ter atingido. E a importância de existirem pessoas/equipas que ajudem a suportar e a fazer crescer. Como referiu a Teresa “ter pessoas à minha volta que são melhores do que eu nas suas áreas”!
Podem aprofundar este tema e assistir a toda a WebTalk aqui.