Artigo por Rodrigo Dumas Diniz
Cada um de nós pode trazer algo único para encorajar uma maior diversidade na Psicologia. No seu cerne, todos procuramos compreender o comportamento humano; sem reconhecer a importância da diversidade, poder-se-á argumentar que a psicologia fica de alguma forma incompleta.
Quando penso em diversidade, ocorrem-me duas formas distintas de a operacionalizar: a diversidade demográfica (por exemplo, diversidade racial, étnica e de género) e a diversidade de perspectivas (como a variação de pontos de vista intelectuais ou conhecimentos profissionais). A procura de maior diversidade demográfica tem muitos efeitos positivos, incluindo a atenuação dos efeitos da discriminação passada e presente, o aumento da tolerância e, em contextos académicos, oportunidades formativas mais apelativas para os estudantes e profissionais de diversas origens demográficas.
Embora uma diversidade demográfica possa resultar num conjunto diverso de perspectivas, a diversidade de perspectivas pode ser igualmente valiosa, se não mais valiosa, para a área da Psicologia; uma vez que um dos principais objectivos enquanto área passa por produzir conclusões amplamente válidas e generalizáveis.
A diversidade pode, contudo, ser ainda condicionada por barreiras sociais e estruturais. Assim, é importante que as futuras gerações de psicólogos adquiram uma maior sensibilidade cultural e compreensão das questões de saúde mental associadas a grupos subrepresentados. Enquanto sociedade, beneficiamos de profissionais bem versados numa vasta gama de questões e experiências diversas.
“A Psicologia requer uma variedade de pontos de vista para evoluir, o que não pode ser apenas uma característica desejável. Quando temos psicólogos de várias origens, tradições e contextos, podemos compreender melhor o mundo à nossa volta e servir os grupos e organizações com quem trabalhamos.”
A Psicologia requer uma variedade de pontos de vista para evoluir, o que não pode ser apenas uma característica desejável. Quando temos psicólogos de várias origens, tradições e contextos, podemos compreender melhor o mundo à nossa volta e servir os grupos e organizações com quem trabalhamos. A incorporação da diversidade é essencial para o futuro da nossa área, a fim de melhor compreender e apoiar os papéis que desempenhamos como profissionais; A psicoeducação e orientação precoce para profissionais em início de carreira pode ser benéfica neste contexto.
Têm emergido, com o tempo, abordagens mais inclusivas da prática clínica, investigação e ensino. O número de subcampos em psicologia que se concentram na análise das preocupações das minorias tem aumentado como resultado de uma psicologia mais diversificada. A título de exemplo, é agora possível obter formação acreditada em áreas da psicologia que se centram nas minorias étnicas ou públicos LGBTI. Uma maior representação no terreno, bem como programas e especializações dedicadas a comunidades minoritárias, pressagiam bem o futuro de uma profissão mais inclusiva capaz de proporcionar os melhores cuidados a toda e qualquer pessoa.