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Tomada de Decisão ao Longo da Carreira

Artigo por Marta Alves

“Responsabilidade é saber que cada um dos meus actos me vai construindo, me vai definindo, me vai inventando. Ao escolher aquilo que quero, vou-me transformando pouco a pouco. Todas as minhas decisões deixam a sua marca em mim antes de a deixarem no mundo que me rodeia”  — Fernando Savater

“[…] a forma como tomamos decisões é influenciada pela informação de que dispomos do mercado de trabalho, pelo nosso auto-conhecimento, pelas nossas crenças, pelas nossas expectativas de sucesso, auto-confiança e pela maior ou menor ansiedade que os processos de tomada de decisão geram em cada pessoa”

Quero ou não mudar de emprego? Quero ou não desenvolver um projecto para além do trabalho que realizo actualmente? Quero seguir mais uma área ou outra da Psicologia? Em que área quero especializar-me? Qual a formação mais indicada? Qual o meu grau de satisfação relativamente à minha situação profissional actual? Quero mudar alguma coisa? Estas são algumas das questões com que nos podemos deparar ao longo da nossa carreira mas muitas outras se vão colocando ao longo do nosso percurso profissional. Sabemos que existem formas de orientarmos um processo de tomada de decisão, que nos poderão ser úteis quando estamos a pensar sobre a nossa carreira e sobre escolhas que vamos fazendo ao longo da mesma.

Ao acompanhar processos de gestão de carreira, verificamos que a forma como tomamos decisões é influenciada pela informação de que dispomos do mercado de trabalho, pelo nosso auto-conhecimento, pelas nossas crenças, pelas nossas expectativas de sucesso, auto-confiança e pela maior ou menor ansiedade que os processos de tomada de decisão geram em cada pessoa.

Obter informação sobre as alternativas que está a considerar será sempre importante, o que poderá passar por obter informação em livros, fazer pesquisa online e falar com colegas ou outros profissionais que tenham mais informação sobre as opções que está a considerar. Nunca teremos toda a informação e tomar decisões implica também lidar com a incerteza e gerir a ansiedade que este processo nos poderá fazer vivenciar.

Para escolhermos “caminhos” temos que ter elementos que nos orientem. Assim, podemos começar por elencar o que é importante para nós na nossa carreira. Podemos posteriormente colocar esses aspectos por ordem de importância e tentar relacionar esta ordem com as opções que estamos a considerar.

Quase todos nós também já realizámos o exercício dos “prós e contras” de cada opção. Assim, escreva as opções disponíveis e identifique os pontos positivos e negativos de cada uma delas. Poderá posteriormente pontuar em que medida cada um desses aspectos é mais ou menos importante para si e no final, fazer um balanço das várias opções que está a considerar.

Poderá também ser útil identificar as dificuldades que antecipa relativamente a cada opção, bem como as acções que pode levar a cabo para as superar.

A evitar teremos, por um lado, as decisões por impulso, baseadas em informação deturpada, e/ou tomando decisões que não estejam em linha com os nossos objectivos e identidade pessoal e profissional e, por outro lado, a incapacidade de decidir, assumir compromissos e avançar nos nossos planos de carreira.

Apesar de existirem alguns factores que não podemos controlar, ao estarmos mais envolvidos e conscientes nos processos de decisão ao longo da nossa carreira, seremos psicólogos/as   mais empoderados/as, activos/as e agentes da nossa gestão pessoal de carreira.

 

Referência da citação: Savater, Fernando (1997) Ética para um jovem. Lisboa: Ed. Presença. p. 81-82