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Ser mulher…o papel da Psicologia no caminho a percorrer

Artigo por Ana Sofia Nobre

Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas e os seus estados-membros, aprovaram os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criando assim um plano de acção para promover o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza.

Uma das metas passa por alcançar a igualdade de género, que embora surja de forma transversal em vários objectivos, está claramente espelhada no 5º ODS- Alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas, transformando-se assim num compromisso, individual e colectivo.

Há um caminho já percorrido e conquistado, mas a marca da desigualdade mantem-se em várias áreas, contribuindo para a propagação de cenários de vulnerabilidade, com vários e diferentes pontos de partida e consequências.

Estamos a falar que, em pleno século XXI, os dados revelam que o desemprego continua a afectar mais mulheres do que homens, a mulher continua a assumir na maior parte das vezes o cuidado a terceiros, a gerir uma complexa multiplicidade de papeis em simultâneo, muitos deles associados ao trabalho doméstico, que por não ser remunerado se torna por vezes invisível e que desta sobrecarga resulta também a falta de espaço/tempo para a prática do autocuidado e daí resulta uma multiplicidade de consequências.

A desigualdade não é um problema das mulheres; é um problema de todos nós, sendo uma questão de direitos humanos e uma condição de justiça social.

De acordo com a OMS as mulheres apresentam índices de depressão e ansiedade mais elevados e poderíamos pegar ainda em mais exemplos, como os dados referentes à violência doméstica, desigualdades salariais, a “pressão do corpo perfeito” e os seus impactos, estereótipos sociais, acesso à educação e o risco de pobreza.

A desigualdade não é um problema das mulheres; é um problema de todos nós, sendo uma questão de direitos humanos e uma condição de justiça social.

Nesse sentido, esta temática deve ser olhada por nós psicólogos e psicólogas em duas dimensões distintas, numa primeira dimensão referente à “Psicologia no Feminino”, que relaciona as questões/problemáticas que levantei acima e uma classe profissional com uma percentagem significativa de representação feminina e por outro lado, a segunda dimensão relaciona-se com a “Psicologia do Feminino”, evidenciando uma multiplicidade de problemáticas, generalizadas na sociedade, que contribuem para uma aumento da vulnerabilidade e desigualdade e que representa/pode representar um vasto território de intervenção da Psicologia, onde a Ciência Psicológica pode dar contributos significativos para nos aproximarmos no 5º ODS. Muito embora muitos psicólogos e psicólogas, no seu dia a dia, já estejam a fazer este caminho através das suas intervenções, continua a ser uma área emergente de intervenção que requer a nossa atenção.

É este o mote para que nos possamos juntar no dia 17 de Novembro, no evento PsiCarreiras On.Summit 2022 que tem como tema “Psicologia DO/NO Feminino“. Conta com uma dupla programação: por um lado, talks e painéis relacionados com a Psicologia NO Feminino (isto é, a caracterização das Psicólogas em Portugal e Desafios para as Psicólogas na Gestão da Sua Carreira); por outro, talks e painéis relacionados com a Psicologia DO Feminino (isto é, a intervenção psicológica com Mulheres, com desafios específicos desta população – quer numa perspectiva de solução de problemas específicos, quer no empoderamento em diversos contextos– abordando-se assim áreas de empregabilidade dos/as Psicólogos/as).

Um evento, destinado a estudantes de psicologia e diplomados de psicologia, psicólogos juniores e membros efectivos, poderá realizar a sua inscrição aqui.