Segundo o Regulamento do EuroPsy – Certificado Europeu de Psicologia, “o objectivo de exercer como profissional de psicologia é desenvolver e aplicar princípios psicológicos, conhecimentos, modelos e métodos de uma forma ética e científica. De modo a promover o desenvolvimento, bem-estar e eficácia de indivíduos, grupos, organizações e sociedade”.
A Ciência Psicológica tem trilhado caminho, muito através da forma ética com que os/as psicólogos/as têm desempenhado a profissão, abrindo espaço a muitas áreas, nas quais a Psicologia se tem adentrado. Tal acontece também graças a todos os que conseguem demonstrar o potencial e as vantagens da Psicologia, e a forma como, os profissionais da área, podem dar o seu contributo.
Na verdade, muitos tem sido os que (de várias formas) empreendem e abrem espaço à Psicologia nos diversos contextos.
É importante relembrar que não estamos vinculados àquela que foi a nossa área de formação base, e que estamos sempre a tempo de experimentar novas possibilidades. Ainda mais se consideramos que as áreas e contextos de intervenção se têm multiplicado e que novas áreas irão certamente emergir.
Dependendo das características de cada um, poderá não lhe ser tão natural ou intuitivo o posicionamento em novas áreas. O Regulamento do EuroPsy, na última actualização que sofreu, apresenta um novo modelo de competências, no qual diferencia dois grupos de competências – as funcionais (tipos de actividades que os/as psicólogos/as desempenham) e as fundamentais (a forma como as desempenham).
Este modelo vem reforçar que é fundamental estas competências estarem desenvolvidas para se considerar apto para exercer numa determinada área, sendo desta forma essencial para que a prestação de serviço seja realizada de forma profissional e ética.
As competências funcionais descrevem os principais tipos de actividades, que os/as psicólogos/as desempenham, baseando-se na ciência:
1 – Identificação de necessidades, clarificação de contrato/tarefa e estabelecimento de objectivos – espera-se que o/a psicólogo/a consiga por um lado identificar, avaliar e analisar as necessidades e riscos, bem como reunir informação sobre o contexto e clarificar expectativas podendo assim definir objectivos apropriados para a sua acção e para monitorização dos mesmos.
2 – Desenho/Planeamento de avaliação, intervenção, serviço ou produto – é esperado que planeie a avaliação/intervenção/serviço ou produto, de acordo com as necessidades identificadas e os objectivos estabelecidos anteriormente.
3 – Implementação de avaliação, intervenção, serviço ou produto – espera-se que realize adequadamente a avaliação, intervenção, serviço ou produto que definiu anteriormente.
4 – Avaliação de resultados – o/a psicólogo/a avalia os resultados e o impacto da sua acção, revê os procedimentos e poderá voltar ao início, retoma ao 1º passo – análise das necessidades e definição de objectivos, caso seja necessário.
Quanto às competências fundamentais, que descrevem como é que os/as psicólogos/as desempenham a sua actividade, referindo os principais aspectos para implementar as actividades psicológicas. E, muito embora a importância das oito competências fundamentais, neste artigo gostaria de destacar duas: Competências para o desenvolvimento profissional contínuo e as competências de auto-reflexão e auto-cuidado.
As competências para o desenvolvimento profissional contínuo referem a responsabilidade de manter, melhorar e ampliar os conhecimentos. Seja através da participação em acções formativas, supervisão, intervisão ou acompanhamento da investigação na área de intervenção, entre outras possibilidades.
Por sua vez, as competências de auto-reflexão e auto-cuidado reforçam a importância de promover o seu próprio bem-estar, através do equilíbrio da vida profissional e pessoal. Cada um deverá definir qual será a melhor forma para o fazer, procurando actividades que ajudem à redução do stress. Somente a título de exemplo, deixo alguma sugestões: a prática de exercício físico, uma massagem, a leitura de um livro, definição de pausas durante o dia, …
Na verdade, todas estas competências são esperadas nas diferentes áreas, contextos e tipo de público-alvo. Desta forma, deixo a sugestão que poderá utilizar este modelo de competências enquanto ferramenta de auto-diagnóstico, no sentido de fazer uma auto-reflexão e verificar se necessita de desenvolver determinada competência ou se estará apto para exercer na área na qual se pretende posicionar.
P.S. poderá obter mais informação acerca do Certificado Europeu de Psicologia – Europsy aqui.