Artigo por Ana Sofia Nobre
A evolução tecnológica, o acesso à internet e o surgimento das “redes sociais” teve e tem um grande impacto na redução do conceito de distância entre as pessoas, possibilitando um contacto constante independentemente do local físico em que cada um se encontra, o que potencia a rapidez alucinante de partilha de informação e de interacções.
Segundo os dados do “Inquérito à Utilização de Tecnologias de Informação e da Comunicação nas Famílias“, 80.9% dos agregados familiares em Portugal tem acesso à internet em casa e 4 em cada 5 pessoas, participa em redes sociais, uma proporção superior à média da União Europeia (2 em cada 8 pessoas). Outros dados, referentes ao comportamento dos portugueses nas redes sociais, revelam que a rede social em que a maior parte dos portugueses tem conta é o Facebook (95.3%), com conta no Instagram temos 67.9% dos portugueses e no Linkedin 43.1%.
“As redes sociais constituem um espaço privilegiado para a procura de informações por parte de recrutadores e de serviços por parte dos usuários, oportunidades de negócio e de integração em projectos, constituem ainda uma excelente ferramenta para alimentar a rede de Networking. “
Independentemente da relação que cada um de nós poderá ter com as redes sociais, o ponto que gostaria de destacar neste artigo é o impacto que as redes têm nas questões de marketing pessoal e profissional, nomeadamente na percepção da marca pessoal. As redes sociais constituem um espaço privilegiado para a procura de informações por parte de recrutadores e de serviços por parte dos usuários, oportunidades de negócio e de integração em projectos, constituem ainda uma excelente ferramenta para alimentar a rede de Networking.
Deste modo, se por um lado, nos dias que correm, torna-se limitativo em termos de posicionamento profissional a ausência dos/as Psicólogos/as nas redes sociais, é importante considerar que a presença nas redes sociais pode ser um aliado, ou tornar-se num adversário para a nossa própria carreira, mediante a forma como são utilizadas.
As sugestões/alertas que lhe partilho de seguida, têm como pretensão criar uma maior consciência acerca da utilização das redes sociais, para que o seu uso se torne num aliado e não num adversário.
- Reflicta sobre as informações que partilha nas suas redes sociais e crie um alinhamento com a sua estratégia de marketing pessoal e profissional;
- Dê especial atenção à definição das políticas de privacidade;
- Mediante as redes sociais em que está presente, reflicta se a utilização de determinada rede tem um propósito profissional ou pessoal. Mediante o seu enquadramento, defina de forma clara que tipo de perfis se podem conectar consigo, quem aceita ou não e porquê;
- Tenha em atenção o número de redes sociais em que criou perfil sem que o mesmo seja utilizado, poderá passar uma imagem pouco activa, vazia ou de pouco interesse;
- Posicionamentos muito diferentes em determinadas redes sociais, poderão levar a uma percepção de falta de consistência e de coerência e/ou de instabilidade;
- Mantenha regras de etiqueta profissional, nas redes que utiliza para este fim. Se pretende conectar-se com algum colega/profissional/novo contacto, formalize o pedido e apresente-se. Agradeça também os pedidos de conexão que recebe e que pretende aceitar.
- Em caso de dúvida não publique. Tem havido uma maior sensibilização e consciência acerca da Fake News nos últimos tempos. Deste modo, se pretende partilhar informação, tenha em consideração a sua origem, a actualização dos dados e a veracidade da informação.
- Evite opiniões radicais. Há assuntos, que poderão contribuir para que possamos experienciar emoções negativas e mais reactivas. É fundamental que quando manifestamos a nossa opinião, tenhamos sensibilidade para expressá-la de forma construtiva e sem emissão de juízos de valor. Quando se trata de assuntos na área das Ciências Psicológicas, é importante recorrer à evidência científica para fundamentar a sua partilha..
- Não fale mal de nada, nem de ninguém. Todos nós já tivemos experiências menos positivas com outras pessoas/com entidades e é completamente legítimo que nos pronunciemos acerca das mesmas. No entanto, as redes sociais muitas das vezes são convertidas no local onde tornamos público essas situações de forma imediata e na maior parte das vezes ao fazê-lo, podemos não estar a contribuir para que a situação se resolva. Devemos explorar outras formas, como por exemplo apresentar uma reclamação formal se se ajustar à situação vivida.
Tenha em consideração que o que é publicado no espaço digital, fica no espaço digital e mesmo com a definição de políticas de privacidade, perdemos o controlo sobre o que partilhamos/publicamos. Deste modo, é essencial que possamos de forma consciente reflectir sobre a utilização que fazemos das redes sociais e o impacto dessa utilização na percepção por terceiros, da nossa marca pessoal e profissional.