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Que Competências Procuram os Empregadores?

Artigo por Ana Leonor Baptista

Quando pensamos num processo de recrutamento e selecção, seguramente pensamos em análise curricular, em testes de aptidão, em demonstrações de competências técnicas, entrevistas… e quase de certeza que não nos passa pela mente o conceito de um “exame” ou uma “prova” de soft skills/competências suaves, não obstante estas serem tão importantes como as competências técnicas e qualificações que possamos ter para desempenhar determinada função.

Uma das partilhas com que mais me deparo por parte de recém-diplomados ou de colegas em início de carreira (ou até por colegas que estão a ponderar uma mudança de área) é “eu não tenho experiência nenhuma, como é que vou conseguir uma oportunidade?”. Porém, quando estamos a estudar, ou a trabalhar numa outra área (dentro ou fora da Psicologia), estamos continuamente a desenvolver soft skills. As nossas experiências em termos de percurso académico, pessoal ou mesmo profissional fora da área, permitem-nos desenvolver competências que serão facilmente transferíveis e importantes para o mercado de trabalho.

“Uma das partilhas com que mais me deparo por parte de recém-diplomados ou de colegas em início de carreira (ou até por colegas que estão a ponderar uma mudança de área) é “eu não tenho experiência nenhuma, como é que vou conseguir uma oportunidade?”. Porém, quando estamos a estudar, ou a trabalhar numa outra área (dentro ou fora da Psicologia), estamos continuamente a desenvolver soft skills. As nossas experiências em termos de percurso académico, pessoal ou mesmo profissional fora da área, permitem-nos desenvolver competências que serão facilmente transferíveis e importantes para o mercado de trabalho

Vamos pensar sobre comunicação – a comunicação, verbal e não verbal, esta é uma competência central e uma das soft skills mais valorizadas. Comunicar é partilhar informação, envolve falar, conversar, receber e transmitir mensagens de forma eficaz. Sem comunicação (ou sem comunicação eficaz), dificilmente estabelecemos relação, definimos objectivos, ou debatemos resultados. A comunicação pode ser desenvolvida quando escrevemos uma tese de mestrado ou um trabalho de revisão bibliográfica e somos capazes de identificar o melhor estilo linguístico e o melhor vocabulário para transmitir as nossas mensagens. Simultaneamente, também é desenvolvida quando, no caso de um estudante que também trabalhe em part-time no atendimento ao público, esta pessoa é capaz de adequar o seu estilo de comunicação no contexto do seu trabalho versus o seu estilo de comunicação quando está a apresentar um trabalho oralmente numa aula. Esta sensibilidade é fundamental para o mercado de trabalho, já que num mesmo posto de trabalho existirão inúmeras situações com imposições e necessidades diferentes em termos de comunicação e é importante que um profissional seja adequado nos mais variados contextos.

A liderança é outra competência suave altamente valorizada pelo mercado de trabalho, e ela pode ser encontrada sob diversas carapaças. Pessoas que ainda não entraram no mercado de trabalho podem ter esta competência desenvolvida se por exemplo já foram capitães de uma equipa desportiva, ou se lideraram um projecto de grupo para uma disciplina na universidade… Um bom líder é alguém capaz de escutar os outros, colaborar com eles, de dar o exemplo, e todas estas competências associadas à liderança são igualmente importantes de mapear/identificar.

A ética de trabalho, por exemplo, é uma competência frequentemente deixada de parte nos CVs de pessoas com pouca experiência profissional. Porém, à semelhança do que já foi referido, é algo que pode ser desenvolvido num percurso académico, através da capacidade e investimento de um indivíduo em escrutinar os padrões do seu próprio trabalho, do ser-se consistente, criterioso, crítico. Também o pensamento crítico é uma competência altamente valorizada e relevante para o mercado de trabalho, já que actualmente se valoriza um tipo de pensamento inovador e diferenciador – aqui podemos pensar sobre a forma como abordamos um desafio (somos capazes de olhar para o todo? somos capazes de pensar em planos de acção alternativos? somos capazes de inovar?). Isto liga-se à criatividade, à inovação, à resiliência, à capacidade de resolução de problemas

Em suma, esperamos que este texto tenha demonstrado (e desmontado) que um currículo pode ser desenvolvido e enriquecido mesmo antes do começo de um percurso profissional, já que o “trabalho formal” não é o único meio que existe para a aquisição e desenvolvimento de competências.

 

Por reconhecermos a importância do desenvolvimento de competências ao longo do ciclo de desenvolvimento profissional – que inicia quando tomamos a decisão de estudar Psicologia para um dia sermos Psicólogos/as – a OPP tem vindo a desenvolver iniciativas dirigidas aos e às estudantes de Psicologia. Por exemplo, neste momento, desenvolvemos mais uma ponte de ligação entre os estudantes e a Ordem, através da figura Estudante Embaixador@ OPP (clica para saber mais).