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Psicologia e as Alterações Climáticas: Novos Empregos

Artigo por Vanda Vieira

As alterações climáticas podem ser uma oportunidade de carreira para alguns psicólogos. Novas necessidades trazem novos desafios, novas competências, novas equipas, novos empregos.

Já em 2019, a OPP organizou a “The International Summit on Psychology and Global Health: A Leader in Climate Action”, em parceria com a APA – American Psychological Association. No evento debateram-se temas como o papel da Psicologia e dos psicólogos na crise climática, bem como estratégias para alterações (comportamentais) de indivíduos, grupos, comunidades e decisores, que minimizem as alterações climáticas que vivemos, bem como estratégias para lidar com a adaptação às mesmas ou para a intervenção em situações por elas desencadeadas.

Estamos em 2021 e este tema continua na ordem do dia. Em termos de ações, é urgente desenvolver as competências e os conhecimentos verdes, preparar as organizações e as empresas nacionais para a tomada de decisão e formar os colaboradores para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, e os psicólogos podem ter um papel ativo a este nível, e para a sustentabilidade destas medidas:

  1. Apoiar a conscientização sobre os desafios das mudanças ambientais e climáticas;
  2. Apoiar o desenho de currículos orientados para o futuro que melhor respondam às necessidades das pessoas e às ofertas das organizações relacionadas com o meio ambiente e as mudanças climáticas.
  3. Contribuir para as permitir as mudanças comportamentais e as preferências individuais, os hábitos de consumo e os estilos de vida.
  4. Apoiar as organizações para um impacto climático neutro, para estratégias de negócios verdes, justas e socialmente responsáveis.

Existe um grande potencial de trabalho nestas áreas para os psicólogos, porque as mudanças implicam decisões humanas. O trabalho dos psicólogos para apoiar o aumento da resiliência das populações e a mitigação dos riscos; promover soluções concertadas, ouvindo as diversas partes interessadas, e trabalhar em rede, com a comunidade e com os atores locais, porque é importante mobilizar os actores locais para estas soluções globais. E desta forma também contribuir para o esforço de cooperação entre organizações e as pessoas para intervir nos desafios societais globais, entre eles, as alterações climáticas e o impacto para a saúde psicológica e mental das populações.

“Segundo o Prof. Palma-Oliveira, “a Psicologia explica o comportamento humano e como os humanos reagem entre si, como reagem ao ambiente e tomam decisões; não é uma ciência que estuda somente o anormal. A psicologia estuda o normal e o modo como as pessoas normalmente interagem, entre elas e com o ambiente”.”

Para desenvolver este tema das alterações climáticas, teremos connosco em Setembro o Prof. Doutor José Manuel Palma-Oliveira, o convidado da próxima Webtalk centrada nas alterações climáticas e no papel da psicologia na mitigação de comportamentos de risco. Segundo o Prof. Palma-Oliveira, “A psicologia explica o comportamento humano e como os humanos reagem entre si, como reagem ao ambiente e tomam decisões; não é uma ciência que estuda somente o anormal. A psicologia estuda o normal e o modo como as pessoas normalmente interagem, entre elas e com o ambiente”. A psicologia estuda o modo como vivemos uns com os outros, a probabilidade de darmos uma determinada resposta num determinado contexto, e é uma ciência aplicada a um conjunto de áreas da normalidade (por exemplo, a segurança, a adaptação das comunidades, a poupança de energia), isto é, a todas as áreas onde existe uma interação entre os humanos, e entre os humanos e o ambiente.

E é com este enquadramento que pretendemos contribuir para chamar a atenção das potencialidades de trabalho nestas áreas, aumentar a conscientização e o conhecimento sobre os desafios das mudanças ambientais e climáticas e apoiar mudanças nas estratégias das organizações para enfrentar estes desafios, dotando-as de psicólogos com competência para intervir. A prioridade deverá ser desenvolver as competências e os conhecimentos, bem como preparar os currículos destes psicólogos, orientados para o futuro, para melhor responder às necessidades das pessoas e a potenciais ofertas de trabalho das organizações (empresas, associações, autarquias, etc.) relacionadas com a questão do meio ambiente e as mudanças climáticas, fomentando mudanças de comportamento nas preferências individuais, nos hábitos de consumo e nos estilos de vida e também para que estas potenciais organizações empregadoras desenhem novas estratégias em relação ao impacto climático neutro, verde, justo e socialmente responsável. É ainda importante apoiar o teste de práticas e soluções inovadoras baseadas novas tecnologias e preparar as organizações para a tomada de decisão, e as pessoas, enquanto elementos de mudança para compensar as emissões da pegada de carbono, economizar recursos, reduzir o uso e desperdício de energia, apoiar outras escolhas para a mobilidade sustentável, entre outros.