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Entrevista de emprego: os 5 "SIMs"

Artigo por Ana Sofia Nobre

Há dias em que mergulho os meus pensamentos no desenrolar da minha carreira desde o momento em que terminei a minha formação em Psicologia até aos dias de hoje. Na narrativa interna que vou descobrindo e construindo, os momentos de entrevista de emprego sempre foram momentos com uma carga emocional muito grande e por vezes até muito sofridos.

As chamadas “borboletas na barriga”, as expectativas cumpridas e por cumprir com uma carga emocional significativa, os pensamentos positivos que em dados momentos reforçaram o meu sentido de auto-eficácia e toldaram também de forma positiva a minha postura e capacidade de ajuste naquela hora “H” ou contrariamente, os pensamentos menos positivos ou crenças limitadoras, que me levaram a nem tentar algumas vezes.

Por todas estas razões e porque a entrevista de emprego pode levar-nos a verdadeiras mudanças, mudanças que podem acontecer no verdadeiro sentido do termo relacionadas com novas oportunidades de emprego, novas funções, novos cargos ou até porque marcam o tão desejado início de uma carreira em determinada área, assim como todo o leque de mudanças, não tão visíveis, mas que também podem acontecer dentro de nós, ainda que tenhamos ouvido um “não” ou apenas silêncio do outro lado, se ousarmos reflectir sobre pontos de melhoria, por exemplo.

“…a entrevista de emprego pode levar-nos a verdadeiras mudanças, mudanças que podem acontecer no verdadeiro sentido do termo relacionadas com novas oportunidades de emprego, novas funções, novos cargos ou até porque marcam o tão desejado início de uma carreira em determinada área...”

Porque já estive várias vezes no lugar do entrevistado e do entrevistador, partilho convosco algumas notas, que nada mais são do que uma reflexão pessoal sobre o que considero os 5 “SIMs” – comportamentos/pensamentos a manter, na chamada hora “H”:

– Fale positivamente sobre si: ninguém é perfeito, todos os dias nos “construirmos” enquanto pessoas e profissionais, mas de forma assertiva, realista e com ajuste à oferta, é importante evidenciar os seus pontos positivos, clarificando assim, caso exista, a ligação do seu perfil ao perfil da vaga.

Cada entrevista é uma entrevista: o sim que irá ouvir será independente do/s não/s que possa já ter ouvido. No entanto, quando passamos por várias entrevistas em que o resultado não foi o esperado, transportamos por vezes o desalento e desacreditamos num desfecho diferente. É essencial que possamos ver cada momento de entrevista como uma oportunidade de mudança e não carregar a amargura do/s último/s não/s, para este novo momento que se quer que seja uma nova oportunidade.

– Prepare-se previamente: é sempre perceptível para quem entrevista se houve ou não preparação para aquele momento. Conhecer o melhor possível a entidade e os seus projectos, reflectir sobre as competências que possam ser valorizadas para a função em causa, se as possui ou não e em que momentos as desenvolveu, é um trabalho prévio que o pode aproximar do “SIM”.

– Coloque-se no lugar de quem entrevista: é importante que possamos olhar para as nossas necessidades e realidade, mas igualmente importante que possamos reflectir sobre as necessidades da entidade e a sua realidade. Como se de um casamento se tratasse, a ligação entre quem recruta e o candidato tem de existir e tem de alimentar positivamente ambos os lados, tem de ser uma relação de “win-win”.

– Seja você mesmo: sei que parece “clichê” o que escrevo, mas por vezes tentamos ser quem não somos, com o intuito que assim estaremos mais em linha com o que procuram. Tentamos pedir conselhos da melhor resposta à questão X ou Y, que com alguma frequência surge em contexto de entrevista, mas em bom rigor será sempre o seu percurso, as suas experiências, as suas competências e os seus valores que vão ser avaliados naquele momento e que como tal podem estar mais ou menos alinhados com o perfil esperado. Se fez uma abordagem ao mercado de trabalho reflectida, se considerou no momento de submissão da sua candidatura que a vaga em questão estaria em linha com o seu perfil de competências, prepare-se, mas “seja você mesmo”.

No próximo artigo, partilharei convosco o “outro lado da moeda”, ou seja, 5 “NÃOs” que nos podem afastar dos desejados “SIMs”.