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Em Direcção a uma Marca Pessoal Representativa

Artigo por Leonor Baptista

Não é novidade que o mercado de trabalho está a mudar. Com este, a noção de carreira muda também, deixando de ser conceptualizada como algo linear e estável para ser mais ampla, menos previsível e menos estática. Cabe ao psicólogo (ou futuro psicólogo) adaptar-se a este contexto em mudança e posicionar-se, investindo no seu marketing pessoal e profissional.  A reflexão em torno da marca pessoal é sempre oportuna e útil – esta deve ser autêntica e genuína, o que não significa que não reflitamos sobre a imagem que queremos transmitir aos outros – a essência da construção de uma marca pessoal é exactamente “como queremos ser conhecidos?” ou “como queremos ser vistos pelos outros?”.

Partindo das questões supramencionadas, como é que efectivamente se trabalha e se define uma marca pessoal e profissional? Por onde começar?

É necessário ter foco: perceber qual mensagem-chave de cada um, as áreas de interesse fundamentais, os campos de intervenção. A genuinidade é outra característica importante, já que uma boa marca pessoal é autêntica e original, em alinhamento com os propósitos, motivações e valores pessoais. A consistência é condição: a marca pessoal dos indivíduos, a imagem que transmitem aos outros, deve ser coerente nas suas várias esferas de vida. Por exemplo, uma pessoa que tem presenças muito distintas online numa rede social versus presencialmente num contexto de trabalho revela uma imagem de incongruência que não transmite confiança, o que prejudica a eficácia do seu marketing pessoal profissional. É pertinente referir e relembrar que o marketing pessoal é composto por uma série de estratégias cujo fim é evidenciar e destacar o valor de cada um, os resultados e benefícios da sua intervenção enquanto psicólogo e os aspectos mais relevantes sobre o indivíduo e o seu trabalho. Assim, como formas de desenvolver a marca pessoal, sugere-se a participação em eventos cujas temáticas se alinhem com os interesses do indivíduo, a participação em eventos de networking, o investimento na marca digital, mantendo a página de Linkedin actualizada, eventualmente ponderando a construção de um blog ou de uma página profissional noutra rede social.

 

“Apenas podemos falar em marketing pessoal e profissional – em comunicar aos outros a nossa imagem, a nossa marca – quando sabemos quem somos e para onde vamos

Para além de se investir na superfície, na imagem, no “revestimento” (na capa do livro!), é tão ou mais pertinente investir no conteúdo, no que está dentro, formal e informalmente: investir em formação, actualização de conhecimentos, especialização; mas também investir em actividades de lazer ou extracurriculares, no desenvolvimento pessoal, no “lado B”. Apesar de ser importante e necessária uma separação entre a vida pessoal e profissional do indivíduo, esta não deixa de ser uma só vida. Como psicólogos e futuros psicólogos, talvez mais do que para outros profissionais, faz todo o sentido que nos apresentemos de forma holística ao outro, reconhecendo a importância do todo e de como os vários contextos que navegamos interactuam e contribuem para um painel de competências que representam diferenciação e valor.

Esta linha de pensamento leva-me ao ponto com que quero concluir esta reflexão: não há marca pessoal (real) sem auto-conhecimento e sem direcção. Apenas podemos falar em marketing pessoal e profissional – em comunicar aos outros a nossa imagem, a nossa marca – quando sabemos quem somos e para onde vamos. Só com esta tomada de consciência sobre o que fazemos, o que queremos fazer e quais os elementos diferenciadores do nosso percurso que nos aportam valor, teremos os meios para comunicar uma marca pessoal representativa.