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A Supervisão ao Longo da Vida

Artigo por Marta Alves

Ao longo da nossa carreira, a supervisão pode ser uma ferramenta extremamente útil para lidar com dificuldades e dúvidas relativamente ao nosso trabalho e para nos sentirmos mais confiantes e suportados perante os desafios profissionais. A supervisão esteve tradicionalmente mais ligada à área clínica, isto é, apesar de psicólogos das áreas da educação e da área social e das organizações também fazerem supervisão, o recurso a esta ferramenta era mais comum entre os psicólogos que actuavam na área clínica.

“[…] tal como em muitas outras questões relacionadas com a nossa carreira, uma das palavras-chave é “foco”, isto é, procurar o/a profissional que está em linha com a nossa área de intervenção/interesses”

Cada vez mais, dadas as orientações para a importância da supervisão em todas as áreas da psicologia, todos os psicólogos sentem necessidade de recorrer a um/a supervisor/a, e por vezes existem dúvidas. Pretende-se com este texto esclarecer algumas regras e orientações relacionadas com a supervisão, bem como fornecer algumas dicas que ajudem a concretizar a busca pelo/a supervisor/a.

Num primeiro momento, recomenda-se a leitura do documento Recomendações para a Prática da Supervisão em Psicologia, no sentido de esclarecer alguns aspectos relacionados com a supervisão, tais como a sua importância, conceitos, competências e responsabilidades do/a supervisor/a e outras recomendações para a prática da supervisão. Posteriormente, surge a dúvida acerca de como encontrar um/a supervisor/a.

Tanto ao nível da supervisão de membros efectivos como de psicólogos juniores, a escolha do/a supervisor/a é da responsabilidade do/a psicólogo/a ou do/a candidato/a a psicólogo/a júnior. No caso específico da supervisão no âmbito do Ano Profissional Júnior, deverá consultar o Manual do Psicólogo Júnior para obter informação específica relativamente à supervisão durante este período, bem aos requisitos do Orientador/Supervisor. Assim, deveremos encontrar um/a psicólogo/a com mais experiência na área em que actuamos ou pretendemos actuar. Habitualmente encontramos estas pessoas em formações que fazemos, locais em que já trabalhamos, pessoas que saibamos que são uma referência na área, em eventos, pesquisando na web, nomeadamente no LinkedIn, entre outras hipóteses que possamos considerar. Aqui, tal como em muitas outras questões relacionadas com a nossa carreira, uma das palavras-chave é “foco”, isto é, procurar o/a profissional que está em linha com a nossa área de intervenção/interesses. Saliento ainda que de acordo com o Regulamento Geral de Especialidades Profissionais da Ordem dos Psicólogos Portugueses para efeitos de candidatura às especialidades, a supervisão recebida deverá ser realizada por um psicólogo especialista.

Por último, se ainda não conhece o documento Regulamento da EFPA sobre o EuroPsy e/ou ainda não realizou a formação Certificado Europeu de Psicologia – Modelo de Competências (gratuita para Orientadores do Ano Profissional Júnior), saiba que são recursos que podem contribuir para desenvolver competências ao nível da orientação de psicólogos juniores e ao nível da supervisão de membros efectivos. Isto porque o Certificado Europeu de Psicologia – EuroPsy define um padrão uniforme de competência profissional e conduta ética, aceite pelas associações nacionais de psicólogos em 38 países (incluindo todos os países da UE) que são membros da European Federation of Psychologists Associations (EFPA).

 

“A Supervisão é considerada um mecanismo crítico na facilitação da formação e do desenvolvimento contínuo dos Psicólogos, bem como da prática profissional da Psicologia, segura e de qualidade, junto dos cidadãos.” (Gabinete de Estudos OPP, 2020, p. 2)*

 

* Retirado de: Recomendações para a Prática da Supervisão em Psicologia, que pode ser consultado aqui