Artigo por Rodrigo Dumas Diniz
A ciência psicológica será um instrumento valioso para moldar o futuro do trabalho. A fim de recuperarmos plenamente deste tempo pandémico, teremos de descobrir como navegar pelo futuro do trabalho. Os sinais de exaustão dos trabalhadores têm vindo a tornar-se mais expressivos após dois anos recheados de imprevisibilidade; com o stress, a ansiedade e o burnout a representarem questões de saúde cada vez mais comuns para os Portugueses. Não nos é demais realçar a importância dos factores psicológicos para garantir o bem-estar e a segurança em contexto de trabalho.
Por outro lado, é encorajador ver empresas a integrarem descobertas de investigação psicológica nos seus planos de preparação e recuperação de pandemias no local de trabalho. À medida que mais empresas reconhecem a importância de proporcionar aos trabalhadores o acesso a cuidados de saúde mental de qualidade, existe também a educar os seus gestores sobre como identificar problemas de saúde mental.
As entidades empregadoras podem beneficiar da investigação psicológica aprendendo como aumentar a produtividade e o bem-estar, reduzindo simultaneamente os custos com os cuidados de saúde e a rotatividade dos trabalhadores. Ademais, têm o potencial de contribuir activamente para a criação de ambientes de trabalho psicologicamente saudáveis.
“As entidades empregadoras podem beneficiar da investigação psicológica aprendendo como aumentar a produtividade e o bem-estar, reduzindo simultaneamente os custos com os cuidados de saúde e a rotatividade dos trabalhadores.”
Esta perspectiva inclui a participação dos trabalhadores na tomada de decisões, a integração na vida profissional (ou seja, proporcionando flexibilidade em quando, onde e como desempenham as suas funções), melhorando as competências para que possam avançar nas suas carreiras e recompensando-os pelas suas contribuições.
O trabalho consome uma média de 90 mil horas ao longo da nossa vida. Será imperativo que façamos uso da ciência psicológica para ajudar na reconstrução da força de trabalho, bem como para assegurar a saúde mental e o bem-estar dos profissionais portugueses e das suas famílias.