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A Auto-Sabotagem na Carreira: O Que é e Como a Enfrentar

Artigo por Joana Almeida Monteiro

Responder a anúncios sem critério, fazer uma dezena de candidaturas espontâneas por dia, poderá dar-nos a falsa sensação de que estamos a fazer algo de bom. Mas pensando racionalmente sobre essas acções, podemos pensar porque é que elas não só não dão o resultado que pretendemos, como ainda podem jogar contra a nossa imagem profissional. Uma candidatura mal preparada, ou que não acrescenta valor, é muito improvável de se converter numa reunião ou chamada para entrevista. Além disso, do ponto de vista do empregador, o nosso nome ou perfil pode ficar associado a uma atitude irreflectida ou pouco adequada.

Diz a sabedoria popular que “ninguém é bom advogado em causa própria”, e tal também se pode aplicar aos Psicólogos, e ao modo como não terão de, necessariamente, ter capacidade para olhar para si mesmos sob a “lente” de Psicólogos. Concretamente no que se refere à carreira, isso não é excepção. O que creio que podemos usar a nosso favor é a maior sensibilidade para reconhecermos os fenómenos e procurarmos actuar sobre eles.

Diz a sabedoria popular que “ninguém é bom advogado em causa própria”, e tal também se pode aplicar aos Psicólogos, e ao modo como não terão de, necessariamente, ter capacidade para olhar para si mesmos sob a “lente” de Psicólogos.

Concretamente no que se refere à carreira, isso não é excepção. O que creio que podemos usar a nosso favor é a maior sensibilidade para reconhecermos os fenómenos e procurarmos actuar sobre eles.

Algo que acontece a muitos de nós, Psicólogos, é o irmos auto-sabotando (consciente ou, mais provável, inconscientemente) as nossas acções de carreira – seja a pesquisa de emprego, o aproveitar oportunidades de progressão ou a mudança de funções e/ou entidade profissional.

O que é isto de auto-sabotagem? Explicando de uma forma simples, é o modo como as nossas acções de carreira são condicionadas negativamente por nós próprios. Pode acontecer de diferentes formas, e para o identificarmos deveremos estar atentos a alguns sinais, tais como:

  • Culparmos os outros pelo que acontece de mau (ou por algo de bom não acontecer)a culpa é da crise, a culpa é do entrevistador que embirrou comigo, a culpa é do governo, a culpa é da OPP, a culpa é… [preencher com outro motivo qualquer externo a nós]
  • Evitar as situações quando não correm como desejávamosrecebi uma resposta negativa à minha candidatura, nem vou responder.
  • Procrastinarnão me vou candidatar ainda porque ainda tenho de acabar esta formação sobre [tema da formação] pois vai enriquecer o meu CV [reflicta sobre como a procrastinação pode estar a afectar a sua carreira assistindo à webtalk 12 “Passar à Acção – Evitar a Procrastinação na Carreira”]
  • Dificuldade em afirmar claramente o que pretendemos – a falta de foco acaba por jogar contra nós, pois não sabendo exactamente o que pretendemos acabamos por ter acções de carreira pouco direccionadas e, como tal, pouco eficazes
  • Culpabilizarmo-nos ou praticarmos outras formas de discurso interno negativodevo ter um perfil desinteressante, a minha falta de experiência estraga sempre tudo, se esta entrevista correu assim imagino as próximas.
  • Entrar em conflito com colegas, chefes, entrevistadores, empregadores – devemos reflectir sobre a forma como estamos a relacionar-nos com os outros, procurando identificar se o modo como o fazemos não poderá deixar uma impressão errada e por isso não obtermos as recompensas para as quais estamos a trabalhar (achamos nós); podemos por exemplo, ver se o nosso comportamento nas redes sociais abona a nosso favor, enquanto profissionais.

Porque nos auto-sabotamos na carreira? Podem existir várias causas e podemos nem ter bem consciência delas. Poderá envolver receio de falhar, necessidade de sentir controlo sobre a incerteza, uma auto-estima mais frágil, ou…

Como podemos enfrentar a auto-sabotagem:

  • Ganhar consciência sobre o problema e identificar os meus comportamentos de auto-sabotagem
  • Perceber o que desencadeia a minha auto-sabotagem
  • Aprender a aceitar o fracasso como parte do processo, e aprender com ele [sugere-se a consulta da gravação da WebTalk 11 “Falhar melhor – O Poder dos Fracassos na Aprendizagem em Gestão de Carreira””]
  • Assumir e falar sobre esta dificuldade
  • Identificar muito claramente os meus objectivos de carreira, a minha proposta de valor
  • Procurar ajuda (na minha rede pessoal, na minha rede profissional, ou mesmo procurar ter apoio especializado de um Psicólogo Vocacional e de Desenvolvimento de Carreira)

E, como bons Psicólogos, sabemos que a nossa reflexão activa sobre este tema, o facto de nos tornarmos mais conscientes do modo como estamos a potenciar ou, neste caso, a contribuir para sabotar a nossa carreira, é meio caminho andado para fazermos mudanças positivas no modo como fazemos a nossa gestão pessoal de carreira.